sexta-feira, 16 de novembro de 2007

CAPITULO IX - “CAVALOS MARINHOS”

O catarinense Helmut Wiesse abre o seu livro, Novo Manual de Apicultura, assim: “As abelhas existem em nosso planeta a milhares de anos antes do homem, surgindo junto com as primeiras plantas e insetos”. O paranaense Eurico Branco Ribeiro, na sua “Água da Esperança”, diz o seguinte: “Até que seria poético o seu fim, entre o trinado dos pássaros, o bulício das folhas e o canto da cascata”. Fomos ao pensamento seguinte, na abertura do livro “O Tesouro de Siloé”, da escritora inglêsa, Mary Evans: “Os cães dos pastores latiam, furiosamente ao desaparecerem aqueles tipos estranhos nos outeiros escuros contra a luz do sol”. James Leo Herlihy no seu livro “Perdidos na Noite”, em um diálogo, colocou estas frases na boca do seu personagem: “Apresse-se, Baby – disse ela com viva irritação, dirigindo-se ao cachorro. – Faça o seu servicinho, faça, por amor da mamãe. Vamos, faça o seu cocozinho”. J. J. Van Tschudi, viajante suíço, que esteve no Brasil em 1857 e permaneceu dois anos entre nós, estudando a nossa flora e fauna, escreveu o que se segue, no livro “Viagem às Províncias do Rio de Janeiro e São Paulo”: “No dia seguinte, comprei uma boa mula de sela, aluguei as bestas de carga que eram necessárias”. O grande romancista baiano, Adonias Filho , no romance “Corpo Vivo”, descreve uma cena que inicia assim: “Rodeei a casa, em busca dos animais, nos fundos. Sabendo que a cangalha e os panacus estavam na barcaça diante dos cochos”. O dinamarquês Prêmio Nobel de Literatura de 1994, Johannes V. Jansen, escreveu uma novela intitulada “Metamorfose dos Animais”. O russo Ivan Bunn, em 1931, publicou um romance intitulado “À Sombra do Pássaro”. O renomado poeta italiano, Giosuè Carducci, escreveu estes três versos de incontida beleza: “Viu-o avançar com haste, / E como águia do Olimpo ou pomba do Ato? Entre os raios do céu, punhos armados”. O poeta sueco Erik Axel Karlfeldt, Prêmio Nobel de 1931, é autor destes versos: “A serpente se arrasta sobre o ventre e só come terra”.

O inglês John Galsworthy publicou uma novela da saga dos Forsytes, intitulada “O Macaco Branco”. O poeta grego, Giorgios Seferis, produziu um livro intitulado “O Tordo” (Gênero de pássaro da família dos turdidas, de plumagem de fundo branco-sujo. Com manchas escuras” - Dicionário Aurélio). O frânces Anatole France escreveu “L‘Ile des Pingoins”( A Ilha dos Pinguins). “O Rastro do Gavião” é uma peça do escritor norte-americano, Sinclair Lewis, de 1915. O romancista católico, François Mauriac, que deu um Prêmio Nobel ao seu país de origem, a França, em 1952, publicou um romance intitulado “O Sagüi”. O inglês Aldous Huxley criou uma alegoria intitulada “Os Cisnes Morrem”. Iyall Watson batizou o seu livro de “O Macaco Unívoro”. A famosa Madame Delly, que preenchera momentos de leitura inesquecíveis de nossas mães e avós, denominou uma de suas novelotas de “A Casa dos Rouxinóis”. O sertanista Agenor de Oliveira Freitas, no livro “Ouro e Paixão nos Rios Amazônicos”, diz o seguinte: “Sentindo-se preso pela poderosa mão do índio, percebendo haver perdido o traiçoeiro golpe, a serpente mudou de tática. Enroscou-se toda para tolher e dominar pretensa vítima nos seus elásticos anéis”. O romeno Zaharia Stanco, no livro “Um Pedaço de Terra”, diz: “Outros bebem de tal forma que acabam lançando seus gorros aos cães”. O novelista peruano, Jorge W. Abalos, no seu livro “Shunko”, diz assim: “As cabras não parecem ressentir-se da escassez do pasto, e vão suportando a má época”. Jerônimo Monteiro, no romance “O Ouro de Manoa”, assim se expressou: “Os Homens e animais, estes depois de aliviados das suas cargas, deixaram-se cair à sombra de vários monstros vegetais e ficaram por muito tempo em delicioso repouso”.

O paulista Léo Vaz no seu livro “O Misterioso Caso de Ritinha”, assim pronunciou: “De regresso, à noitinha , ao passo da Marreca , enquanto na baixada os vaga-lumes , à beira do caminho, piscavam na grama”. O romancista norte-americano Waschington Irving escrevendo “O Cavaleiro Sem Cabeça”, ditou: “O único sequaz doméstico de Ripe era Wolf, seu cão, também tão oprimido quanto o dono”. A riograndense-do-sul, Heloisa A. Nascimento, abre o seu livro “O Manuscrito” assim: “Um bando de gaivotas levantou da crista das ondas aos gritos dos rudes homens do mar”. “No instante de um relâmpago vemos um cachorro, uma carruagem, uma casa, pela primeira vez” – frases de J. Cocteua, citadas por Clément Rosset em “Anti Natureza”. O famoso escritor paulista, Malba Tahan, no seu livro de contos, Minha Vida Querida , diz assim: “... montei a cavalo e fugi, a galope, daquele exaltado muçulmano!” O belga Maurice Maeterlinck escreveu “O Pássaro Azul” e ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1911. O inglês Bernard Shaw publicou, em 1916, “Androcles e o Leão” e recebeu o Prêmio Nobel de Literatura, em 1925. O romancista Antonio Callado, no livro “Retrato de Portinari”, falando sobre a mãe do pintor de Brodowski, escreveu assim: “Era uma mulher fabulosa. Parecia um condottiere. Saía no seu carrinho puxado por um cavalo preto e nas saias tinha bolsos de um metro de comprimento, cheios de níqueis e de balas para as crianças”. O folclorista e historiador Edison Carneiro, no seu livro “A Conquista da Amazônia”, escreveu o que se segue: “O boi é sempre “a menina dos olhos”, “o animal de estimação” do amo, do vaqueiro e dos seus comparsas, “o lindo boi” que recorda uma fase econômica anterior à corrida da borracha”. O antropólogo Artur Ramos, no “As Culturas Negras no Novo Mundo”, descrevendo os rituais negros, assim se expressou: “O sacrifício de animais – galos, carneiros, etc. – exige um cerimonial completo”. O folclorista baiano Hildegardes Viana , no seu livro “A Cozinha Baiana – Seu Folclore – Suas Receitas”, ensinando fazer prato de abóbora com carne, disse assim: “Cozinha-se a carne de peito de vaca como se fosse para guizado. Adiciona-se abóbora cortada em pedaços mais ou menos graúdos. Deixa-se engrossar o caldo. Come-se com farinha ou arroz”(Delícia!).

O poeta Irineu Volpato, na sua linguagem vigorosa e até de certo ponto inovadora, diz no seu “Paulistarum Terra Mater”, o que se segue: “Aqui eram matas todinhas vadias / vadios os espaços / dum povo vadio / perdidos em verde campos. / Uns rios de peixes / as aves nos galhos”. O imenso romancista cearense, José Alcides Pinto, autor de mais de 50 romances, acaba de lançar a sua “Trilogia da Maldição”, pela Topbooks / Universidade de Mogi das Cruzes, contendo os seguintes romances: O Dragão”, “Os Verdes Abutres da Colina” e “João Pinto de Maria – Biografia de um Louco”, diz assim, finalizando um deslumbrante capítulo de “O Dragão”: “A mata era como um cemitério / As árvores caíam, mal se lhes tocavam. No chão, cadáveres de gaviões mortos. As penas ainda incrustradas no corpo cinzento”.

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