sexta-feira, 16 de novembro de 2007

PREFÁCIO

A permanência da obra literária e o ponto de vista da crítica centram-se no poder de imaginação que a leitura provoca. É, assim, a estética da recepção o braço armado com que a escritura postula suas investidas e os seus mais dourados arremessos.

A descoberta tardia ou o revigoramento de um escritor de talento dependem, na maioria dos casos, dos olhares subseqüentes com que certas obras são examinadas. Não é a escritura, tão-somente, aquilo que empresta leveza à obra de arte literária. Mas é a argúcia do crítico, com acerto, o elemento que ilumina a claridade do texto e o recorte estético que, às vezes, lhe é correlato.

Os Bichos na Literatura Mundial (Mauá/SP, Edições Jahde, 2002), de autoria de Aristides Theodoro, constitui um esforço inequívoco de quem sabe sondar a arte literária e os seus mais intricados labirintos, pela ótica da lucidez e da erudição.

Não se trata de livro didático, que se preste talvez à retórica das Universidades, ou ao displante vazio dos melhores chás acadêmicos. Trata-se de um esboço, apenas, de uma trajetória cultural entre livros, feita, às vezes, de forma quase apaixonada, porém sempre pela ótica de um leitor contumaz e muito atencioso.

E se reafirmo a dimensão cultural e humana deste livro de Aristides Theodoro, é porque sei que os bichos e os seus engenhos nada mais são do que a projeção dos recessos da alma e das suas formas mais silenciosas.

Se Buda falou ao espírito das árvores e reencarnou a sua seiva viva e palpitante, e se Francisco de Assis, com sua sutileza de santo e de poeta, conseguiu a audiência dos peixes e dos pássaros, é porque esses reinos pertencem igualmente ao homem e são indiscutivelmente a sua completude.

As pradarias e os mais belos cavalos do mundo, o corvo impertinente de Poe, o galo de ouro de Rachel de Queiroz, a vaca de nariz sutil de Campos de Carvalho, a baleia misteriosa de Herman Melville, Guimarães Rosa e o seu poético burrinho pedrês e a origem, também, das espécies e de toda a fauna imaginária e real dos grandes escritores estão neste livro de Aristides Theodoro a nos desafiar.

Mergulhar na sua leitura é sorver a literatura universal nas suas fontes mais originais. É, antes de tudo, enriquecer os velhos moinhos da memória. É desfrutar, por igual, o labirinto do Jardim do Éden, e o zoológico da imaginação do encanto, antes que a cegueira se faça à negação de todas as belezas.

Fortaleza, 23 de Outubro de 2001
Dimas Macedo

Um comentário:

Anônimo disse...

ALERTA AOS LEITORES, AMIGOS E AFETOS DE:
ARISTIDES THEODORO
No triste, bizarro, patético e infeliz atentado de relacionar o Escritor e Poeta Aristides Theodoro (já com 13 obras editadas) e um ícone expoente em integridade e inteligência de singular caráter.
Bem como, cidadão, morador, conhecido e reconhecido em Mauá, onde reside e, das seis cidades que compõem o grande ABCDR e Rio Grande da Serra e da grande São Paulo, bem como, de muitos, que respiram a expectativa de lerem, relerem suas obras já escritas e de suas futuras.
Alguém, com certo sentimento xiita que traz em seus desejos que o mundo se transforme numa faixa de Gaza. E que, com seus atos de vingança gratuita, merece os refletores apagados da vergonhosa treva, do verme canalhada da hipocrisia promíscua, do acento no banco dos réus do machismo, da manipulação ordinária e do preconceito intrínseco e flagrante em suas sorrateiras ações que a inveja e o ciúme alimenta.
Esse ser que vive em razão de perseguir e tentar, inutilmente, ofuscar a paz e a missão agraciada por Deus de Aristides Theodoro.
Aquele que destrói e que vegeta á sombra da covardia e que no interior de sua doentia tentativa natimorta de convencer aos que respiram as escritas de Theodoro, negligenciando a inteligência e capacidade de analise de muitos, que Aristides jaz no campo da inverdade, falência financeira, como se o dinheiro alimentasse o âmago desse poeta de cinqüenta anos de produção de beleza emocional e literária.
Claro que não vamos aqui declinar o nome da já declinada criatura. Óbvio que não vamos nominar o inominável senil. Mas temos, como servidores voluntários que o somos, daquilo que chamamos de dignidade e simpáticos para com aquilo que emana da verdade e da semente do belo. Advogar a favor da causa chamada e clamada por muitos de... Aristides Theodoro.
Até por que como já diz a máxima das máximas em relação à sociologia antropológica, acadêmica, espiritual e secular...
“Cada um fala, faz e dá daquilo que seu coração esta cheio”.
Aristides Theodoro... É em nome de sua obra e de tudo que a mesma nos alimenta de esperança, graça, prazer, ensinamento e aprendizado que lhe eternizara nas florestas, oceanos e céus de maravilhas letradas. Que te pedimos, perdoe imperdoável e infeliz que não consegue viver sem aceitar teu merecido sucesso.
Cecél Garcia